domingo, 6 de dezembro de 2009

Mim



De julho para cá muita coisa na minha vida mudou.

Antes disso, eu namorava e vivia pacata e satisfeita com quase tudo na minha vida. Estudava durante a semana, durante o final de semana. Via diariamente meu ex-namorado (até demais). No final de semana, fazíamos praticamente o que eu quisesse.

Estava tudo indo bem, até que as brigas se tornaram um incômodo grande demais e toda a possessividade do meu ex e uma falta especifica gritaram para que eu desse um fim naquela relação.

Há tempos já estava sentindo que estava aguentando mais do que devia e tentando afastar o inafastável: o fim.

Por medo de sofrer e por medo de me arrepender, posterguei uma relação até o último dos limites, para quando o fim se apresentasse, não houvesse mais chance para a continuidade.

Briguei muito, chorei muito, ouvi muita besteira durante aquele relacionamento. Mas também devo admitir que fui muito protegida e tinha alguém para chamar de melhor amigo, embora isso me aprisionasse cada dia mais.

Eu sabia que o fim não estava muito longe, mas queria ter certeza de que eu havia chegado no limite. Tentei achar (e achei) meu limite em uma busca pelo menor sofrimento, pois achava que assim a dor seria menor.

Ledo engano.

Se soubesse que a dor é dor independente de limites ou folgas, acho que teria terminado há mais tempo.

Não me arrependo de ter esperado tanto, pois hoje sei com muita certeza que era o certo a se fazer. É o certo.

Só que muita coisa na minha vida mudou desde então. Tive que encarar de frente medos, angústias, perdas, faltas, frustrações. Tudo sozinha. Com tudo isso, engordei 10kgs e simplesmente não me reconheço mais.

No final do meu namoro, lembro de me olhar no espelho enquanto dançava e ver uma menina bonita que não fruia de nada daquilo. Mas depois de finda a relação, entrei em um misto de perda tão grande que me afundei nas besteiras e procurei na comida a satisfação da minha dor.

Hoje, minha mãe disse que nunca fui tão longe. Eu percebi isso ontem.

E desde julho, eu venho implicitamente me testando para alcançar o fundo do poço nesse quesito. E alcancei.

Sou outra pessoa em muitos sentidos. Mas essa pessoa esteticamente que vejo no espelho não é quem eu sou nem quem quero permanecer sendo.

Tenho que mudar, por mim, só por mim. Tenho que voltar a ser eu mesma, para não ter medo de olhar adiante e ver um grande nada. Meu medo é maior porque não estou em mim mesma. Preciso me reencontrar para ser forte o bastante para enfrentar de corpo e alma o que quer que seja.

Eu preciso de mim.
Lutarei.

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